segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Versos para matar saudades

Eu ainda seguro o último fio de suas digitais em minha memória.
Eu ainda preservo o último minuto. Ainda vivo o último beijo.
Me alimento das suas doces palavras insuportavelmente amargas na minha saliva.
Todo dia. Sem que ninguém saiba. Te espio em pensamento.
Sou porta-voz da saudade.
Sou caixa abarrotada de futuros, revestida de passados.
Sou a prova da ineficiência do poeta e o amor.
Eu sou a saudade invadindo os olhos, inundando açudes desconhecidos.
Sou o espaço entre dois abraços.
O instante anterior de dois olhos apaixonados.
Sou a cama feita.
O cabelo arrumado.
A xícara vazia e o pão dormido.
Sou o lugar que você ocupou.
Sou o porta retrato.
Sou o passado amador.
Eu sou o amor sem nunca ter amado.


- Mas agradeço a ti. Pois é a quem devo meus versos (amar)gos -


Um comentário:

  1. "Como é bom contemplar o céu, interrogar uma estrela e pensar que ao longe, bem longe, um outro alguém contempla este mesmo céu, essa mesma estrela e murmura baixinho: Saudade!"
    Lembro perfeitamente daquela tarde no centro,olhando de leve pra trás e vendo você descer as escadarias do metrô depois de um beijo ,na hora me deu um aperto no coração por que sabia que teria que conviver com algo que entendo como poucos...das saudades.Como diz aquela música do caetano...¨saudades até que é bom, melhor que caminhar sozinho...

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