
Outrora noutra vida não tão distante, eu fui um cassino. Sim, um cassino.
Nele como regra, apostava-se no mínimo todas as suas fichas e de garantia entregava-se as roupas do corpo e nu, sem alma por fim, apostava-se o coração.
É, eu fui um cassino daqueles cheios de brilho e sorriso grande, convidativo: "Seja Bem Vindo".
Cassino poderoso no qual jogos de amor eram a atração da casa.
E como todo bom cassino capitalista -que a redundância fale por mim- o visitante sempre tinha as primeiras vitórias, pois assim é a lógica.
Pois é, noutra vida fui um cassino.
E nesta manhã,
Nasce apenas um mero apostador, parado de frente a um sorriso viciante.
Um mero aposentado coração
Cheio de fichas na mão.
Maldito capitalismo.