domingo, 26 de dezembro de 2010

Falemos um pouco de amor..

Caro latifúndio,

Como controlar o que nem mesmo se sabe da onde veio nem porque chegou?
Paixão mal educada, entrou sem pedir licença.
Entrou avisando que talvez não seja mais uma.
Entrou sem me pedir e já construiu seu latifúndio caro em um coração barato, fácil.
Quando as coisas tornaram-se tão complicadas?
Quando as intenções tornaram-se claras e me deixaram vulnerável?
Talvez passe tão rápido como veio.
Talvez fique tão eterna como quando a esperava.
Esperas podem até durar um minuto para quem está a centímetros de distância,
Mas o querer é tão grande que relativisa qualquer vontade.
Como é louco apaixonar-se! Como é clichê! Como está na moda!
Mas não me importa nada agora.
Me faz feliz pensar que amanhã irei esperar quem sabe acordares.
Intrigante contar as milhares palavras que escrevo e compará-las com o tempo que imagino nosso plural.
Se equivalessem, este sentimento não seria real, tornarse-ia pequeno demais,ou jaz,teria me enlouquecido.
Mas não. Ele está na medida certa da paixão. Qual a medida? Se pudesses me ver agora saberia..
Porém ainda não sabes.
A minha paixão é muda, a canto enquanto o violão esboça amores alheios.
Mas estamos mais atentos aos outros.
A sinfonia se cala e aguarda os acordes perfeitos do seu beijo..


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dificuldade para título. Simplesmente um título,por si só.


Penso ás vezes,quando estiver bem velhinha,será que ainda haverá espaço para coisas novas? Para amores e paixões? Não sei. Seria equívoco meu prever. Porém, meu espírito sempre almeja mais e mais conhecimento e verdade. Não canso. Meus olhos clamam.
Dentre tudo isso,acredito que tudo seja renovável. A vida sempre muda, mesmo que nos pequenos detalhes, principalmente nos pequenos detalhes, são os que dão sentido ao nosso quebra-cabeça da rotina.
Pela vida vou seguindo,não apenas andando e relatando,mas construindo pontes, fazendo história, não de maneira grandiosa, para mim a história está no meu lápis, ele é minha memória.
Então, de que vale passar pela vida se não fizeres o que gosta? E o que você gosta vem de suas singularidades, do seu íntimo. Portanto se não fores a busca de si mesmo e das suas convicções mais autênticas, o que lhe sobrará? Não serás teu.
Deposito sempre nas pessoas a minha confiança pelo bom. Acredito que dentre tantos problemas e razões, o amor e a paz fazem a diferença, sentimentos que são legítimos e autênticos a todos nós, e podem ser plantados,regados e colhidos com fartura.
Acredito no amor. Sim! Acredito. Não conheci sua fórmula, e muito menos sei como é que se diz eu te amo. Mas eu amo,cada dia que chega,cada noite que fala. Cada olhar puro que diz tudo. Eu amo, e é uma sensação tão boa e renovante que hei de amar a todo instante.

Imagem de Anna Anjos. Grande artista plástica.

sábado, 23 de outubro de 2010

Eu não.



Há aqueles que vistam o peito de um número ou nome,
Daqueles que dizem vestir-se das vontades do povo.
Eu? Eu não.
Eu visto o peito dos meu ideais,estes ninguém pode tirar, jamais!
Estes quais vou seguir e conseguir!
Mudar é preciso. Lutar inevitável.
Mas que façamos isso, sem depender desses omissos.


Um pouco mais de consciência. Gentileza Gera Gentileza.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Minha leiga homenagem ao som que todo dia embala minha rotina e alegra a minha vida!


Vem pro samba rapaz.

O samba foi escolha da alma.
Pois quando a cuíca ruge,
Meu coração salta.
Meus pés formigam,
E assim vão me arrastando para a avenida.
Posso sentir cada dedo,cada peso do enredo.
O samba é puro,tem muito do povo.
Tem a expressão mais viva.
Ele respira.
Sou capaz de pegar a melodia,ela agora está em minhas mãos.
Ouça só o bater das minhas palmas.
Sinta as raízes,elas estão ficandas no samba dos meus pés.
Eu sou o fruto.
Da semente pregada em cada quintal de domingo.
Dos becos de cada esquina.
Da cerveja gelada acompanhada da mulata.
De cada som que ruge e ecoa na avenida.
O samba é a trilha.
O samba foi o enredo escolhido por mim.
E você,o que faz sentado?
Vem pro samba rapaz,ele é bom demais.


Pé do meu samba - Caetano Veloso

Dez na maneira e no tom
Voce é o cheiro bom
Da madeira do meu violão
Voce é a festa da Penha,
A feira de São Cristóvão,
É a Pedra do Sal
Você é a Intrépida Trupe
A Lona de Guadalupe
Você é o Leme e o Pontal

Nunca me deixa na mão
Voce é a cancão que consigo
Escrever afinal
Voce é o Buraco Quente
A Casa da Mãe Joana
É a Vila Isabel,
Voce é o Largo do Estácio,
Curva de Copacabana
Tudo que o Rio me deu!!

Pé do meu samba
Chão do meu terreiro
Mão do meu carinho
Glória em meu Outeiro
Tudo para o coração
De um brasileiro

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Uma idéia durante o programa eleitoral.





Ironia da realidade. O sarcástico cidadão dignidade.

A realidade está longe da igualdade .
Inúmeras promessas, poucas verdades.
A solução?
Maquiemos a cidade.

Ela está velha,precisa de uns retoques.
Quem sabe um botox de hipocrisia
e uma puxada nos pés de galinha.
Mas puxe! Puxe mesmo,até tampar os olhos
e não ver mais nada que somente a si.

Maquiemos a cidade.
Já cansada,na mala,café.

A cidade aposentada dos seus sonhos,
pouco ganha e muito trabalha.
A cidade dessa gente sofrida,
nenhuma medida.
A cidade na NOSSA gente sofrida,
só gasta saliva.

Porém,maquiemos agora também a nós.
Adoro cara de palhaço,
combinaria muito bem no meu porta retrato.

sábado, 7 de agosto de 2010

Ás vezes..


Ás vezes grito
Ás vezes escrevo
Mas nem sempre ouvem,nem sempre lêem.
A pensar nas milhares formas de expressão,lembrei do grande Gênio,Charles Chaplin. Homem que não precisou de nenhuma palavra,nenhuma fala. E sabiamente conseguiu com que todos o compreendessem com um simples gesto ou olhar. Não ficou calado,mas também não falou.
Nessa,pensei comigo: Hoje com o mundo cada vez mais virtual,paradoxalmente perto demais,porém tão longe nas relações pessoais. Será que nos esqueceremos do poder que um olhar tem? Ou o que um simples gesto pode dizer?
Ás vezes grito em CAPS LOCK
Ás vezes escrevo tecendo em meu teclado
Mas nem sempre ouvem,nem sempre lêem,não me entendem.
Pois elas..
Elas não me vêem.





Silêncio das palavras

Não me faça perguntas
Deixe que minhas pálpebras caiam
Não é tristeza nem lamento
Apenas o silêncio de minhas palavras
Enquanto isso minha mente fala,
tanto que cansa,
desidrata a saliva da alma
Que gritante,Berra!
E se chegares bem perto,ouvirás
segredos mais íntimos
de minha mente
fulgás

Acácia Valentim.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Moinhos de vento


Poemas,Contos,Poesias..Palavras.
Uma ligação do homem e a alma.
É preciso sensibilidade,mas sobretudo coragem. Coragem para transgredir,liberta-se.
Quanto mais leio,mais admiro esses homens que literalmente escreveram sua história, e também contribuíram para história de uma nação.
Suas reflexões serviram para libertar mentes. Suas subjetividades objetivaram-se no cotidiano de milhares de pessoas.
E continuam tremendo corações,inspirando grande paixões. Passando de gerações para gerações.
Ah! Como é lindo!
Que nasçam mais Andrades,e que sejam tão loucos quanto Linspector,tão apaixonados como Vinicius,tão leves como Quintana.
Que se inspirem dentre outros tantos inúmeros singulares.
E vibrem a beleza do ser.
Porque a poesia, está nos olhos de quem lê.


Se eu fosse um padre

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!

Mario Quintana

O poeta está vivo

Baby, compra o jornal
e vem ver o sol
Ele continua a brilhar,
apesar de tanta barbaridade

Baby escuta o galo cantar,
a aurora de nossos tempos
Não é hora de chorar,
amanheceu o pensamento

O poeta está vivo, com seus moinhos de vento
A impulsionar a grande roda da história

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de ventos

Se você não pode ser forte,
seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar,
não tenha pena

Todo mundo é parecido, quando sente dor
Mas nu e só ao meio dia, só quem está pronto pro amor

O poeta não morreu,
foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
e nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de ventos

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Beija-flor




Por esses dias,bem de manhãzinha, estava no centro de Niterói, cercada por prédios (selva de pedra), e uma coisa chamou muito minha atenção..
Era um beija-flor solitário,verde escuro,lindo! Sentada fiquei a observá-lo durante um tempo. Ele voava..voava.. e pousava nos fios dos postes, parecia um tanto perdido.
Nossa,como apesar de tão lindo,ele não combinava nem um pouco com aquele lugar! Mas claro,ali não era o seu lugar!
Pensei comigo: Será que fatos como este vão tornar-se cada vez mais frequentes? Uma beleza delicada,natural,contrastada ao concreto,buzinas e fumaças?
Bom,espero que não.

Pisquei.
Quando abri os olhos,não estava mais lá.


Tudo isto me lembrou muito o grande poeta Manoel de Barros. E para estreiar a postagem...


O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água, pedra, sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.

Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos, como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.

Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Manoel de Barros